terça-feira, 30 de junho de 2015




Aneel aprova aumento médio de 15,23% nas tarifas da Eletropaulo



BRASÍLIA (Reuters) - A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira aumento médio de 15,23 por cento nas tarifas da Eletropaulo, dentro do processo do quarto ciclo de revisão tarifária da distribuidora paulista.
O índice ficou ligeiramente acima da proposta inicial apresentada pela agência, em maio, de um aumento médio de 15,16 por cento. A proposta passou por audiência pública, foi ajustada e chegou ao valor anunciado nesta terça.
O aumento começa a valer a partir do dia 4 de julho.
O aumento médio para os consumidores de alta tensão, como as indústrias, ficou em 11,73 por cento, ante proposta inicial da Aneel de mais 12,21 por cento.
Já para os clientes de baixa tensão, como as residências, haverá aumento médio de 17,04 por cento, ante a proposta inicial de 16,73 por cento, apresentada em maio.
Entre os itens que pesaram no aumento das tarifas está a remuneração dos empréstimos captados no ano passado pelas distribuidoras para cobrir as dívidas do setor no mercado de curto prazo de energia.

domingo, 28 de junho de 2015



Com reúso e água do mar, Israel produz um Cantareira ao ano

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O agricultor Igal Aftaby, 55, acorda às 5h todos os dias para trabalhar em sua plantação de romãs –vista de cima, é um pontinho verde no meio do deserto de Neguev, em Israel.
Uma década atrás nada crescia ali. "Rezávamos por cada gota", diz ele, debaixo de um sol de mais de 40 graus. "Agora, temos água para cultivar o que queremos. Pretendo começar a plantar uvas."
Esgoto captado nas casas de todo o país passou a ser usado na produção de água de reúso –são 450 bilhões de litros por ano, que abastecem metade das plantações. A medida faz parte de um conjunto de ações que, em menos de uma década, tirou Israel, um país com 60% de seu território formado por deserto, da crise hídrica.
Para suprir o deficit, o país passou a produzir artificialmente quase metade de sua demanda, seja dessalinizando a água do mar ou tratando esgoto. É o equivalente a mais de um sistema Cantareira (900 bilhões de litros) ao ano. A produção anual de Israel é de quase 2,2 trilhões de litros.
De soluções administrativas sem custo às mais caras, especialistas israelenses afirmam que várias opções poderiam ajudar o Estado de São Paulo a resolver a falta de água em médio prazo.
Responsável por 58% do consumo, a agricultura toma cada vez menos água potável em Israel –o país trata 86% do esgoto, usado na irrigação a um preço três vezes menor.
Artur Rodrigues/Folhapress
Piscina de água de reúso em Israel. Foto: Artur Rodrigues/Folhapress ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Piscina de água de reúso em Israel; país trata 86% do esgoto e utiliza produto na irrigação
Além disso, foram construídas quatro usinas privadas de dessalinização e há uma quinta a ser inaugurada. Em sistema de concessão, a água é revendida ao governo por US$ 0,57 (cerca de R$ 1,78) a cada mil litros -valor considerado baixo.
Abraham Tenne, da Autoridade Hídrica de Israel, visitou o Brasil recentemente e diz que São Paulo teria opções mais baratas antes de apelar para a dessalinização –o investimento para uma usina pode chegar a US$ 450 milhões (R$ 1,4 bilhão), fora o consumo de energia.
"Também é preciso evitar contaminação dos rios, para não ter de gastar muito para descontaminá-los", diz Tenne. Segundo ele, delegações brasileiras e israelenses têm conversado sobre eventuais parcerias na questão hídrica.
Israel fez do preço uma ferramenta para forçar a economia. No auge da crise, entre 2008 e 2009, o subsídio foi drasticamente reduzido e a tarifa foi aumentada em 40%.
Hoje, a população de Israel paga em média o equivalente a US$ 2,30 (ou R$ 7,20) a cada mil litros, com aumento de acordo com a faixa de gasto –em São Paulo, também há tabela progressiva, mas o preço básico para uso doméstico é de R$ 2,06 por mil litros.
O uso doméstico per capita no país é de cerca de 230 litros por dia –maior que o dos paulistas (188), mas menor que o dos cariocas (253). Campanhas, aumento do preço e distribuição de aparelhos que diminuem o gasto nas torneiras resultaram em queda de 17% no consumo.
Uma das apostas para manter essa tendência é transformar as crianças em vigilantes da água. "Quando seus filhos pedem para você fechar a torneira enquanto ensaboa os pratos, você faz isso", afirma Uri Shor, porta-voz da autoridade hídrica.
Várias escolas também tentam envolver os alunos nos esforços para economizar. Com ajuda das crianças, o professor Ohad Reimer, 34, opera um sistema de cisternas que abastece as descargas da escola em Revohot, uma pacata cidade perto de Tel Aviv.
"Crescemos preocupados com água, mas as crianças de hoje sabem muito mais do que sabíamos na época", diz Reimer. Na cidadezinha de casas com grandes jardins, parte dos alunos já criou sistemas de reúso, aproveitando água do chuveiro para as plantas.
O jornalista ARTUR RODRIGUES viajou a convite do programa Israel NewTech, do Ministério da Economia de Israel 

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sexta-feira, 26 de junho de 2015



Consumo de cocaína no Brasil é 4 vezes superior à média mundial

Fonte Estdão

Genebra - O Brasil se transforma em um dos maiores mercados para a cocaína, com uma prevalência que supera a dos Estados Unidos e atinge mais de quatro vezes a média mundial. Os dados estão sendo publicados nesta sexta-feira, 26, pelo Escritório de Drogas e Crimes da Organização das Nações Unidas (UNODC, na sigla em inglês), que também revela que o Brasil passou a ser o maior centro de distribuição de cocaína no mundo da última década, citado em 56 países como o local de trânsito da droga.

Segundo a ONU, produção de coca no mundo parece ter atingido seu ponto mais baixo desde 1990. O informe também aponta para uma contração nos mercados dos Estados Unidos e da Europa.

Mas é o consumo na cocaína na América do Sul que mais preocupa e o Brasil segue uma tendência inversa. A taxa de prevalência da droga na região passou de 0,7% da população em 2010 - com 1,8 milhões de usuários - para 1,2% em 2012, um total de 3,3 milhões de pessoas. As taxas sul-americanos são hoje três vezes a média mundial e parte do aumento teria ocorrido por causa do aumento do mercado no Chile e na Costa Rica.

"Mas o aumento do uso de cocaína na região é liderada pelo aumento do uso no Brasil, que é o maior mercado de cocaína na América do Sul", alertou a ONU. "Apesar de não haver uma pesquisa recente no Brasil, extrapolando dados a partir de pesquisas com estudantes universitários, a UNODC estima que a prevalência do uso da cocaína seja de 1,75% da população adulta do País", indicou.

O dado se contrasta com a estimativa da ONU de que a cocaína seja consumida por 0,4% da população adulta mundial. Se ela continua elevada na América do Norte e na Europa, o informe revela também que existe uma "tendência geral de queda" nesses mercados.

Nos Estados Unidos, a estimativa é de que a prevalência da cocaína chegue a 1,6% da população a partir dos 12 anos de idade. No total, o mundo contaria com um total de 17 milhões a 20 milhões de usuários da droga.

Neste ano, o informe aponta para uma queda do cultivo da coca, chegando a seus menores níveis desde 1990. Na Colômbia, a capacidade de produção seria a menor desde 1996. Mesmo com um cultivo mundial equivalente a 170 mil campos de futebol, a destruição de áreas levou a uma redução da plantação em 10% entre 2012 e 2013.

Para a ONU, a queda do cultivo pode ter tido um impacto também na queda do consumo, com menor acesso ao produto nos Estados Unidos e no Canadá. Ações coordenadas entre vários países e uma guerra entre grupos criminosos também ajudaram na redução do consumo.

Trânsito

O Brasil ainda foi mencionado 1,7 mil vezes como país de trânsito entre 2005 e 2014. Em termos de citações, é superado pela Argentina, mencionada em cerca de 2,1 mil casos em dez anos. Mas o número de países que indicaram o Brasil é o maior do mundo, revelando que o território nacional seria a maior base de exportação da droga.

Quarenta e cinco países de destino da cocaína mencionaram a Argentina como ponto de trânsito, contra 31 para a Colomba. Incluindo todas as demais drogas, apenas o Paquistão supera o Brasil, com 178 países do mundo o citando local de trânsito da heroína.

"Por conta de sua posição geográfica, o Brasil tem um papel estratégico no tráfico de cocaína, e os confiscos dobraram no País em 2013 para mais de 40 toneladas", indicou a ONU.

"A cocaína entra no Brasil por avião, por terra (carros, caminhões e ônibus), por rio (barcos que cruzam o Amazonas), antes de ser enviada para o exterior, principalmente para a Europa, tanto de forma direta como via África", declarou a ONU - 30% da droga confiscada no Brasil tem o mercado externo como objetivo.

Somando todas as drogas ilícitas, a ONU estima que existam 246 milhões de usuários no mundo, pouco mais de 5% da população entre 15 e 64 anos de idade - 27 milhões de pessoas seriam dependentes, dos quais metade por drogas injetáveis.
Jamil Chade, correspondente
Link:
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Consumo de cocaína no Brasil é 4 vezes superior à média mundial

fonte Etadão
Genebra - O Brasil se transforma em um dos maiores mercados para a cocaína, com uma prevalência que supera a dos Estados Unidos e atinge mais de quatro vezes a média mundial. Os dados estão sendo publicados nesta sexta-feira, 26, pelo Escritório de Drogas e Crimes da Organização das Nações Unidas (UNODC, na sigla em inglês), que também revela que o Brasil passou a ser o maior centro de distribuição de cocaína no mundo da última década, citado em 56 países como o local de trânsito da droga.

Segundo a ONU, produção de coca no mundo parece ter atingido seu ponto mais baixo desde 1990. O informe também aponta para uma contração nos mercados dos Estados Unidos e da Europa.

Mas é o consumo na cocaína na América do Sul que mais preocupa e o Brasil segue uma tendência inversa. A taxa de prevalência da droga na região passou de 0,7% da população em 2010 - com 1,8 milhões de usuários - para 1,2% em 2012, um total de 3,3 milhões de pessoas. As taxas sul-americanos são hoje três vezes a média mundial e parte do aumento teria ocorrido por causa do aumento do mercado no Chile e na Costa Rica.

"Mas o aumento do uso de cocaína na região é liderada pelo aumento do uso no Brasil, que é o maior mercado de cocaína na América do Sul", alertou a ONU. "Apesar de não haver uma pesquisa recente no Brasil, extrapolando dados a partir de pesquisas com estudantes universitários, a UNODC estima que a prevalência do uso da cocaína seja de 1,75% da população adulta do País", indicou.

O dado se contrasta com a estimativa da ONU de que a cocaína seja consumida por 0,4% da população adulta mundial. Se ela continua elevada na América do Norte e na Europa, o informe revela também que existe uma "tendência geral de queda" nesses mercados.

Nos Estados Unidos, a estimativa é de que a prevalência da cocaína chegue a 1,6% da população a partir dos 12 anos de idade. No total, o mundo contaria com um total de 17 milhões a 20 milhões de usuários da droga.

Neste ano, o informe aponta para uma queda do cultivo da coca, chegando a seus menores níveis desde 1990. Na Colômbia, a capacidade de produção seria a menor desde 1996. Mesmo com um cultivo mundial equivalente a 170 mil campos de futebol, a destruição de áreas levou a uma redução da plantação em 10% entre 2012 e 2013.

Para a ONU, a queda do cultivo pode ter tido um impacto também na queda do consumo, com menor acesso ao produto nos Estados Unidos e no Canadá. Ações coordenadas entre vários países e uma guerra entre grupos criminosos também ajudaram na redução do consumo.

Trânsito

O Brasil ainda foi mencionado 1,7 mil vezes como país de trânsito entre 2005 e 2014. Em termos de citações, é superado pela Argentina, mencionada em cerca de 2,1 mil casos em dez anos. Mas o número de países que indicaram o Brasil é o maior do mundo, revelando que o território nacional seria a maior base de exportação da droga.

Quarenta e cinco países de destino da cocaína mencionaram a Argentina como ponto de trânsito, contra 31 para a Colomba. Incluindo todas as demais drogas, apenas o Paquistão supera o Brasil, com 178 países do mundo o citando local de trânsito da heroína.

"Por conta de sua posição geográfica, o Brasil tem um papel estratégico no tráfico de cocaína, e os confiscos dobraram no País em 2013 para mais de 40 toneladas", indicou a ONU.

"A cocaína entra no Brasil por avião, por terra (carros, caminhões e ônibus), por rio (barcos que cruzam o Amazonas), antes de ser enviada para o exterior, principalmente para a Europa, tanto de forma direta como via África", declarou a ONU - 30% da droga confiscada no Brasil tem o mercado externo como objetivo.

Somando todas as drogas ilícitas, a ONU estima que existam 246 milhões de usuários no mundo, pouco mais de 5% da população entre 15 e 64 anos de idade - 27 milhões de pessoas seriam dependentes, dos quais metade por drogas injetáveis.
Jamil Chade, correspondente
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Iniciativas de combate à desertificação no semiárido nordestino recebem certificado internacional

 26 Jun 2015  
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Emanuela Castro, da Casa da Mulher do Nordeste, Paulo Pedro, do Caatinga, e Riva Almeida, do Centro Sabiá, receberam prêmio Dryland Champions. Foto: Arquivo Centro SabiáEmanuela Castro, da Casa da Mulher do Nordeste, Paulo Pedro, do Caatinga, e Riva Almeida, do Centro Sabiá, receberam prêmio Dryland Champions. Foto: Arquivo Centro Sabiá
Por Débora Britto (Centro Sabiá)
Inovar, criar e experimentar são características de quem tem coragem de se desafiar, de agir para transformar realidades. No último dia 17 de junho, data mundial em que se comemora e luta pelo Combate à Desertificação, organizações de defesa de direitos que fazem parte da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) receberam, em Caicó/RN, certificado internacional do prêmio Dryland Champions em reconhecimento de projetos e iniciativas de combate à desertificação no semiárido nordestino. Em Pernambuco, O Centro Sabiá, junto à Casa da Mulher do Nordeste e Caatinga, tiveram o trabalho reconhecido.
Promovido pela Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD) em parceria com o Ministério do Meio Ambiente(MMA), o Departamento de Combate a Desertificação, e a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, o Programa Dryland Champions é premia anualmente ações, iniciativas e projetos que facilitam, promovem e/ou implementam práticas de manejo sustentável de terras e políticas a nível local/nacional.
“Esse prêmio tem um significado bem especial porque além do reconhecimento do Ministério do Meio Ambiente desse trabalho e dessas construções, os trabalhos que foram premiados também vão ser cadastrados na Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD)”, explica Riva Almeida, coordenadora local do Centro Sabiá no sertão pernambucano, que participou da cerimônia de entrega do prêmio. “Foram diversas experiências nesse campo, com diversos formatos e metodologias. Foi o semiárido inteiro. Aqui de Pernambuco alguns parceiros foram premiados também”, celebrou.
Mais do que projetos que dão certo, a premiação aponta para a valorização e resiliência dos saberes dos povos do semiárido, muitos deles resgatados do esquecimento através da agroecologia, da economia solidária. Com os projetos Terra de Vidas: SAFs na recuperação da Caatinga; Mulheres da Caatinga; e Quintais Produtivos, Centro Sabiá, Casa da Mulher do Nordeste e Caatinga, respectivamente, colocam no centro do combate à desertificação a resistência das famílias agricultoras e o manejo sustentável para convivência com o semiárido.
“Isso dá uma visibilidade e eu acho que para os processos de construção da agroecologia, pra gente que defende a agroecologia enquanto estratégia importante de combate à desertificação, de adaptação às mudanças climáticas, e isso é de muita relevância”, destaca Riva.
No plano das políticas públicas, ela lembra que as articulações são os espaços de excelência para o fortalecimento do trabalho realizado por diversas organizações no semiárido. “[O prêmio] É uma contribuição e inclusive ajuda no processo de construção de políticas voltadas para esse campo”, defende Riva, “não só da construção política, mas também da pressão das organizações para que as políticas saiam do papel, sejam colocadas em prática. Quase todos os estados do nordeste estavam ali representados, diversos representantes de organizações governamentais e não governamentais”, conclui.
Não por acaso, a ASA é a articulação que reúne grande parte das organizações que desenvolvem trabalhos de proteção e recuperação de solos, das águas e modos de vida no semiárido brasileiro, assim como iniciativas de combate à desertificação e enfrentamento das mudanças climáticas. A ASA, que teve experiência no Rio Grande do Norte como ponto focal da sociedade civil no combate à desertificação, é um desses importantes espaços de articulação e incidência política”, diz a coordenadora.
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o circo está se fechando se cuida tucanos cadeia neles
Em Belo Horizonte
  • Lincon Zarbietti/O Tempo/Estadão Conteúdo
    Valor deixou de ser investido nos governos de Aécio Neves (à esq.) e Anastasia, diz MP
    Valor deixou de ser investido nos governos de Aécio Neves (à esq.) e Anastasia, diz MP
O Ministério Público Federal entrou com ação civil pública na Justiça cobrando do governo deMinas Gerais o repasse de R$ 14,2 bilhões para a área de saúde. Segundo a Procuradoria da República em Minas, este é o montante que deixou de ser investido entre 2003 e 2012 nos governos dos tucanos Aécio Neves e Antonio Augusto Anastasia - atualmente senadores - em descumprimento à Emenda Constitucional 29, que obriga aplicação mínima de 12% do orçamento na área.
Os procuradores afirmam na ação que no período de 10 anos ocorreram também manobras contábeis para aparentar o cumprimento da emenda "em total e absurda indiferença ao Estado de Direito".
Segundo os autores, "R$ 9,5 bilhões deixaram de ser aplicados no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo governo mineiro, quantia que, em valores atualizados, corresponde a um desfalque de R$ 14,2 bilhões.
A ação diz que os governos tucanos, com o objetivo de inflar dados, incluíram gastos estranhos à saúde para simular o cumprimento da obrigação de investir o mínimo constitucional.
Os procuradores afirmam que foram computados como gastos para cumprir a Emenda 29 "despesas com animais e vegetais", pois o Estado incluiu na rubrica verbas direcionadas ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e à Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).

'Serviços veterinários'

Conforme a ação, o governo mineiro "chegou ao absurdo de incluir" como se fossem aplicações em saúde serviços veterinários prestados a um canil da Polícia Militar, além de ter colocado na rubrica gastos com aquisição de medicamentos para uso veterinário.
Os governos também lançaram como gastos em saúde investimentos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Conforme os procuradores, isso não poderia ocorrer, já que a própria empresa informou que os gastos eram feitos com recursos das tarifas pagas pelos consumidores.
"Além disso, a Copasa sequer integra o orçamento fiscal do Estado, pois se trata de uma pessoa jurídica de direito privado", diz a ação.
O Ministério Público Estadual chegou a ajuizar, em 16 de dezembro de 2010, ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra o ex-governador Aécio Neves e Maria da Conceição Barros de Rezende, então contadora-geral do Estado, por causa das inclusões de despesas da Copasa no cálculo do mínimo constitucional.
Em grau de recurso, porém, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJ-MG), determinou a intimação pessoal do então procurador-geral de Justiça, Alceu Torres Marques, para endossar a ação inicial, caso quisesse - a ação havia sido proposta por promotores, que, na avaliação dos desembargadores não poderiam investigar o governador.
A apuração, no caso, caberia exclusivamente ao procurador-geral, que tem prerrogativa para atuar no caso. Torres, no entanto, se negou a assinar o texto sob a alegação de que não vislumbrava lesão ao patrimônio público.
Os promotores recorreram alegando que Aécio não era mais governador. O tucano já havia deixado o cargo para se candidatar nas eleições de 2010. Mesmo assim, o processo foi extinto.
Em 2014, Torres chegou a participar do governo de Alberto Pinto Coelho (PP), vice de Anastasia que assumiu o governo quando o tucano deixou o cargo para se candidatar a senador, no ano passado. O ex-procurador-geral foi secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Tribunal de Contas

Procurados, Aécio e Anastasia não se posicionaram sobre a ação. Em nota, o PSDB de Minas Gerais afirmou que os cálculos feitos pelos governos tucanos sãos os mesmos adotados pelo governo federal. O texto diz ainda que os cálculos foram aprovados pelo Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG).
O governo de Fernando Pimentel, que poderá vir a arcar com os investimentos não realizados, conforme prevê a ação do MPF, não se posicionou sobre o assunto. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
Leia mais em: http://zip.net/bsrvtK

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Ele pode tudo
Ele pode tudo
Uma das frases mais descaradas da cena política moderna foi pronunciada hoje por FHC.
Ele disse não ver problemas em empreiteiras darem dinheiro para seu instituto. Para o instituto de Lula, é outra história.
Por cínica que seja, por despudorada que soe, a frase não poderia ser mais correta, no mundo das coisas reais.
Para simplificar, FHC pode tudo porque é um intocável.
A imprensa não o fiscaliza e a Justiça não o aborrece: é a retribuição que o 1% dá aos que defendem seus interesses, como FHC.
Ele pode comprar no Congresso os votos que lhe permitiriam um segundo mandato.
Não acontece nada.
Ele pode nomear seu genro para uma função estratégica na administração do petróleo e depois demiti-lo quando este de divorciou da filha, numa bofetada sinistra no conceito de meritocracia.
Não acontece nada.
Ele pode arrumar uma sinecura para uma filha no Congresso.
Não acontece nada.
Ele pode patrocinar com recursos públicos uma nova gráfica das Organizações Globo, saudada como um retrato do século 21 mas hoje um fracasso miserável.
Não acontece nada.
Ele pode nomear um juiz como Gilmar Mendes para o STF, completamente alinhado com o PSDB.
Não acontece nada.
A lista é interminável.
O caso das empreiteiras é apenas mais um.
Seu herdeiro entre os intocáveis é Aécio. Eis outro que pode tudo.
Aécio pode ser amigo do peito de um homem em cujo helicóptero foi encontrada meia tonelada de pasta de cocaína.
Nenhum jornal o questiona sobre isso. Nenhum sequer cita a amizade, expressa em fotos em que ambos estão abraçados.
Aécio pode construir um aeroporto particular com dinheiro público e, em questão de semanas, se sentir tão inimputável que se põe a fazer discursos moralistas.
Aécio pode dar dinheiro público a rádios de sua família – dele mesmo, portanto – em Minas Gerais.
Ninguém o cobra por isso.
Como FHC, Aécio pode tudo. Pode ser flagrado por um vídeo completamente bêbado numa madrugada no Rio, pode fugir de um teste no bafômetro – e ainda assim o apelido de Brahma será dado a Lula.
A impunidade de homens como FHC e Aécio é uma das maiores tragédias nacionais.
Enquanto ela persistir, a Justiça será desacreditada, objeto de escárnio e ira. E a mídia será o que é: o pilar de um sistema em que o 1% pode fazer qualquer coisa.
A posteridade não haverá de ser tão complacente para figuras como FHC e Aécio.
Seus netos haverão de vê-los representados como símbolos de uma sociedade iníqua, injusta – repulsiva.
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Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.